domingo, 29 de março de 2009

A minha infância perdida...(1)

Perdi a infância e as grandes horas
e procuro numa árvore não sei que intimidade
como se um sol para as mãos nascesse deste olhar mas a inocência é rápida como o brilho
silenciosa
e existe em si mesma.

Uma forma, sim, sempre silenciosa
um dia nascida da surpresa e constância
dia a dia nascida da inocência, mas
como fugir a esta inútil presença?



Monólogo, de Ramos Rosa, in Não posso adiar o coração