sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Bom fim de semana... e algum brilho no olhar, porque é preciso

De Ronaldo Mendes, "Influências de um passeio no mar"

Poema de Amor

Esta noite sonhei oferecer-te

o anel de Saturno

e quase ia morrendo com receio

de que te não coubesse no dedo

De Jorge S. Braga

(breve, passarei a saudar os amigos de outras capelinhas...

O meu PC saiu de casa por tempo indeterminado. Vou vivendo por aqui de empréstimo ou pagando....

mas não estão esquecidos!)

Ps. e, alguns, estão desaparecidos da lapela, mas temporariamente...



quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"To be or not to be"...



Teatro. Gosto muito mas não vou tanto como o desejado....Não se pode dar assistência a todos os nossos gostos...”malgrée tout”, e, com a “evolução na continuidade” da nossa querida crise, os nossos contentamentos terão que ser cada vez mais selectivos...
Isto, por que no domingo, fui ao pequeno auditório do CCB, “OU-VER” a peça “LA MUSICA”, de Duras. Ou seja, vi, mas não ouvi.
É preciso dizer que ouço menos bem, mas um grão de bico da Sonotone, colocado no lado direito , o ouvido “handicapée”, costuma resolver a situação. Mas não neste caso.
Dois actores, durante 60 minutos, representam um para o outro, deixam-se ouvir por quem tem ouvido tísico, e, Solveig, a encenadora, esquece que na plateia há pelo menos perto de 100 pessoas.
Numa situação de enorme incomodidade e nervosismo tiro e ponho auditivo, arrumo-o definitivamente e eis senão quando, me começo a sentir vingada, pois um senhor, mesmo sentado ao meu lado, grita :_ ..” falem mais alto, que não se ouve nada"...
Como poderiam aqueles “ele” e “ela”continuar a ajustar contas de um mau casamento, das hipóteses de sobrevivência afectiva, se, se, se....., aonde o “ele”esteve no diálogo quase sempre de costas voltadas para a plateia, sem autorização técnica da Sr. Solveig? Só com o apelo de um espectador mais afoito...
Ao fim de uma hora, a peça acabou, mas a minha frustração não. Dei comigo a falar com pessoas, alguém me dizia, que em peças mais intimistas ter-se-ia que falar baixinho.... Mas Senhor . Haja dó... Há técnicas de posição de voz e corpo...
Não bati palmas e apeteceu-me patear...
Liguei a um amigo encenador. Acalentou-me.
“ Não, Ana, não é bem assim. Há agora por aí uma forma de fazer teatro, a que chamam “performativa”....
Fiquei mais tranquila mas não esqueci os meus 15euros...
Da próxima e terá que ser breve, tenho que perguntar se é “performance” ou teatro.
Quais os meios técnicos utilizados.
E... se há livro de reclamações...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

De passagem...

Pintura de Susan Rios
O Guarda-Rios
É tão difícil guardar um rio
quando ele corre
dentro d nós.
De Jorge Sousa Braga

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Bom fim de semana ...

A minha passagem por este Mar com pouca vista
está muito condicionada...
Razões traiçoeiras que também passam pelas novas tecnologias.
É bom descansar.
Logo que a tempestade amaine, voltarei...
Espero por vós.



terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Momentos....


Vénus, de Man Ray
Deixar de pensar é mau...
Deixar de pensar o "umbigo", é urgente.
A falta de credibilidade, a mentira, é o que nos mina cada dia que passa. Tanto individual como colectivamente.
A verdade e a credibilidade evita muitas preocupações, agressões, ou seja, o sofrimento , próprio e dos outros.
Paz, precisa-se!
Meus momentos..., que hoje também passaram por AQUI, Murcon.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

"basófias", é passado...
















Campos de arroz do Mondego, num momento em que a chuva deu tréguas...
Uma beleza sofrida.

Crianças, precisam-se... (constatação)

INFÂNCIA
I
Terra
sem uma gota
de céu.

II
Tão pequenas
a infância, a terra.
Com tão pouco
mistério.

Chamo às estrelas
rosas.

E a terra, a infãncia,
crescem
no seu jardim
aéreo.

III
Transmutação
do sol em oiro.

Cai em gotas,
das folhas,
a manhã deslumbrada.

IV
Chamo
a cada ramo
de árvore
uma asa.

E as árvores voam.

Mas tornam-se mais fundas
as raízes da casa,
mais densa
a terra sobre a infãncia.

É o outro lado
da magia.

De Carlos de Oliveira, in Trabalho poético - 1ºvolume

O anonimato...

No more comments...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Duras e o cinema


Está aí um ciclo DURAS...
Bibliotecário de Babel, dá uma ajuda aos cinéfilos.
..." As responsabilidades amarram ao chão. A felecidade não funciona. Não funciona com a liberdade. A provação da liberdade é sem dúvida a pior de todas quando falamos de pessoas sós, mas importa referir esses casais que se dizem felizes, estáveis, é também aí que se encontra uma outra e terrível felicidade. Têm as crianças..."
Citações de Duras , em Arts, 1964

Flores, para....

Para todos vós ofendidos e humilhados pela tragédia provocada pela mãe natureza, deixo -vos as flores "ingénuas" de Ronaldo Mendes .

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

100 000 ou mais... Haiti


Ultima Ceia, do pintor haitiano, Florence Martinez


Cem mil, ou mais os desaparecidos...
A ùltima ceia, também...
"TERRAMOTO", BELO POEMA DE TIAGO NENÉ, AQUI

O feio inverno...

1585, O Inverno, de Giuseppe Arcimboldo
...A beleza de Arcimboldo, está despojada de toda a aparencia de classicismo e exprime-se através da surpresa, do inesperado , da argúcia. O pintor demonstra que até uma cenoura pode ser bela...(U. Eco)
Arcimbolo, maneirista, pintou as quatro estações do ano com recurso à sua técnica, através de vegetais e frutos.
Já aqui tinha usado "O Verão". Não gosto muito do seu "Inverno"..., é inquietante, mas o tempo que faz não está longe desta imagem.
Segundo Umberto Eco, em História da Beleza, ele integra-o no tema " Da graça à Beleza inquieta"...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Eric Rohmer, como sempre, o artista vai , mas a obra fica...

Gostava de Eric Rohmer, dos seus filmes . Partiu quase aos 90 anos. Ver Aqui
Penso que foi pela mão dele que a primeira vez vi a bela Sandrine Bonnaire...
Jamais esquecerei o ano 2008. Com ele, também " Os Amores de Astrée e Celadon". Beleza levada ao limite, se é que há limite para o belo...

"O Marivaux do cinema francês, chamaram-lhe muitas vezes. E muitas vezes Rohmer se dedicou aos jogos amorosos e à volatilidade das paixões, nas mais diversas circunstâncias. Gostava de repetir uma frase que tinha aprendido com um seu professor no liceu, que ao que parece desconfiava da psicanálise: “o inconsciente? o inconsciente é o corpo!”. E as palavras, apenas a maneira racional de justificar e moralmente enquadrar as coisas (o desejo, a paixão) que o corpo diz sem palavras. A natureza humana: sobre ela, a obra de Rohmer é um tratado. Indispensável e inimitável."
In Público de 12/01/010

Sem título...


Imagem de Max Ernest, Spriritual repose

O mundo exterior existe como um actor num palco: está lá mas é outra coisa.

Livro do Desassossego

Que se cumpra o verbo...


Fotografias de Robert Doisneau

Muito conclusivas as observações feitas nos comentários sobre o post anterior...
Que se cumpra o verbo...
Namorar, namorar, namorar.
Até que a alma vos doa...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Teatro... "A Música"


Solveig Noralund encena uma das primeiras peças de teatro escritas por Duras. O tema sempre actual pela sua universalidade, é o amor.

Vai estar no CCB dias 21, 22, 23, 24 e25 de Janeiro.

Deixo-vos com um pequeno trecho da peça, representada por uma companhia brasileira.

"Um casal recentemente separado encontra-se de novo para assinar os papéis de divórcio. Têm que passar a noite num hotel de província, que é também o hotel onde passaram os primeiros tempos de casados enquanto esperavam pela construção da sua casa. Passam a noite a analisar o momento em que a paixão se transformou em dor e sofrimento. Porque é que o amor não resistiu à vida de casados...."


domingo, 10 de janeiro de 2010

«Sublime é o eco de uma grande alma»

" Rochedos em Rugen, de Caspar D. Friedrich,1818
....O Sublime não conduz os seus ouvintes à persuasão, mas à exaltação, porque a elimanação imprevisivel por ele provocada prevalece sempre sobre tudo o que convence ou agrada."

Pseudo-Longino (sec.I)
O sublime
In, História da Beleza, de Umberto Eco



sábado, 9 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Acordaram, finalmente....

Conceito Espacial, de Lúcio Fontana,1960

Dizem que sindicatos e governo chegaram a um acordo sobre a avaliação de professores.
Se assim for, tudo valeu a pena...
Quero que a minha "gente de classe" se sinta mais feliz, que os que merecem, mereçam o melhor.
E a vida continua.

Um filme para a vida...

Nunca me canso de o "OUVER"....

Hoje foi mais um dia.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

As mãos

"Study of hands"de Nicolas de Larglliére
Foi um momento

O em que pousaste

Sobre o meu braço

Num movimento

Mais de cansaço

Que pensamento,

A tua mão

E a retiraste.

Senti ou não?


Fernando Pessoa

Por aqui, já fui feliz... e hoje nevou

Mão muito amiga, a viver em Londres, enviou-me esta fotografia da traseira da sua casa , onde já fui feliz... Amigos, o melhor da vida...
O mau tempo continua a impedir que se aproxime do seu querido Portugal, "le pays ensoleillé".
Viaja de carro, por causa do seu querido "petit chat"...
É a Daniele, uma amiga normanda...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Efeméride - Albert Camus-


50 anos após a morte de Albert Camus, efeméride de ontem e o desaparecimento de Lhasa, um pensamento recorrente. Podemos escolher um pouco da vida que queremos conduzir para nós. Quase sempre somos os actores sinceros ou simulados da mesma...

Mas a morte terrivel e prematura, essa, ninguém escolhe.
«A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente»
A. Camus

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Fiquei sem palavras....



Ao passar pela casa do amigo CANTIGUEIRO, fiquei sem palavras....
Eu gostava muito dela, vi espectáculos seus... Já tinha estado comigo e convosco no MAR À VISTA.
Nova demais para partir, Lhasa de Sela.
1972-2010

Provérbios, razão do povo

Pintura de Bruegel
Janeiro:

Calça branca em Janeiro
é sinal de pouco dinheiro.

Em Janeiro sobe ao Outeiro,
se vires verdejar põe-te a chorar,
se vires torrear põe-te a cantar.

Janeiro geoso traz um ano formoso

domingo, 3 de janeiro de 2010

Dia sombrio e de inverno

Dia Sombrio, de Pieter Bruegel
Um pálido inverno escorria nos quartos
Brancos de silêncio como a névoa
Um frio azul brilhava no vidro das janelas
As coisas povoavam os meus dias
Secretas graves nomeadas

Um pálido inverno, de Sophia M. Breyner

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ano Novo...

Cuidemos do NOVO ANO da melhor maneira.
A minha metáfora para o dia de hoje, felliniana , mas com um sentido ... bom, porque há que pensar positivo.
A partir de agora também é vosso este momento do dia 1º de 2010. ...