quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Efeméride...
"São necessários o inimigo e o amigo juntos para ferir-te no coração:o primeiro para caluniar-te, o segundo para vir contar-te."
"Para Adão, o paraíso era onde estava Eva"
"Quando eu era um garoto de 14 anos, meu pai era tão ignorante que eu mal conseguia suportar ficar perto daquele senhor. Mas, quando completei 21, fiquei estarrecido com o quanto ele havia aprendido nesses sete anos."
Frases de Mark Twain "
terça-feira, 29 de novembro de 2011
"no news good news", mas prefiro "news and good news"...
!!... Cá estou... bem.
O frio do Norte chegou, e as horas são agora passadas intra-portas... todas boas para chá... mas não só!!! A luz é rara, mas não é escura, nem tão pouco meia... é a necessária para incubar as ternuras da época!!... Os livros agasalham-se... trocam de pêlo, como eu... e entram no Inverno como atores num palco... com a confiança de uma vida entornada na boca do estômago. Dão flor todo o ano - os livros - mas variam o fruto... de estação em estação, de ano em ano... uma vida para lhes sentir o gosto.
Reparo que as minhas estantes não são de folha caduca, nem tão pouco perene,... na verdade que os livros tendem a ficar, mas também partem... os que caiem no chão, ou voam pela casa, iluminam-na durante um tempo... até retornarem à sua boa vizinhança.
Cá estou... bem.
A.
Londres, 28 de Novembro de 2011
O frio do Norte chegou, e as horas são agora passadas intra-portas... todas boas para chá... mas não só!!! A luz é rara, mas não é escura, nem tão pouco meia... é a necessária para incubar as ternuras da época!!... Os livros agasalham-se... trocam de pêlo, como eu... e entram no Inverno como atores num palco... com a confiança de uma vida entornada na boca do estômago. Dão flor todo o ano - os livros - mas variam o fruto... de estação em estação, de ano em ano... uma vida para lhes sentir o gosto.
Reparo que as minhas estantes não são de folha caduca, nem tão pouco perene,... na verdade que os livros tendem a ficar, mas também partem... os que caiem no chão, ou voam pela casa, iluminam-na durante um tempo... até retornarem à sua boa vizinhança.
Cá estou... bem.
A.
Londres, 28 de Novembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
"Toca, Pacheco..."
Amigos, escolhi este video, mas podem ver outros com Hermínia noutros contextos.
Quando era adolescente, para mim fado, era Hermínia Silva, que todos os anos, em Setembro ía ao Casino da Figueira da Foz atuar numa festa de benificência . Também foi aí, um ano que ouvi ouvi pela 1ª vez Zeca Afonso, também convidado para o evento, no ano da graça de 1970.
Hermínia, era garrida, brejeira e aceleradinha no seu cantar...
- Toca, Pacheco!...
Momentos de ouro... Fado, já não é só nosso, é de todos...
Peça de cerâmica de R. Bordalo Pinheiro
Gosto mais do que se pinta , esculpe e escreve sobre o" fado "do que própriamente do "dito", contudo estou satisfeita, muito mesmo, pelo objetivo alcançado. Ver AQUI
sábado, 26 de novembro de 2011
Fado e antifado... de Cândido Costa Pinto, 1945
" Contra o capital perverso": o enunciado geral da luta de classes
Vive pobre o pobre op'rário
Que trabalha , noite e dia...
Vive rico o usurário
No seio da Burguesia!
Eis o contraste fatal,
Do nascer a subtileza:
D'um lado, o berço - Pobreza
D'outro o berço Capital.
D'um lado o esforço animal
Do infeliz proletário;
E de outro argentário
P'ra quem a vida é rendosa!
Porque enquanto o rico goza
Vive pobre, o pobre op'rário
(...)
De Avelino de Sousa, O Fado e os seus Censores
in, O Fado na República, Exposição na Sociedade de Belas Artes, 2010
"FADO 1910"
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Bom fim de semana...
É pêssego
Tangerina
E é limão
Tem sabor a damasco
e a alperce
Toma o gosto da canela
de manhã
e à noite a framboesa que se despe
De maça guarda o pecado
e a sedução
Do mel
o açúcar que reveste
Do licor
a febre que no seu rasgão
me invade me inunda e me apetece
Mergulho depressa a minha boca
e bebo a sede
que em mim já cresce
Delírio que me enche
de prazer
tomando o ponto num lume que humedece
Devagar mexo sem tino
as minhas mãos
Provando de ti
o que de ti viesse
O anis do esperma
o doce odor do pão
que o teu corpo espalha e enlouquece
(SÓ DE AMOR ), 1999
De Maria Teresa Horta
Tangerina
E é limão
Tem sabor a damasco
e a alperce
Toma o gosto da canela
de manhã
e à noite a framboesa que se despe
De maça guarda o pecado
e a sedução
Do mel
o açúcar que reveste
Do licor
a febre que no seu rasgão
me invade me inunda e me apetece
Mergulho depressa a minha boca
e bebo a sede
que em mim já cresce
Delírio que me enche
de prazer
tomando o ponto num lume que humedece
Devagar mexo sem tino
as minhas mãos
Provando de ti
o que de ti viesse
O anis do esperma
o doce odor do pão
que o teu corpo espalha e enlouquece
(SÓ DE AMOR ), 1999
De Maria Teresa Horta
Pintura de Paul Delvaux
Lux Feminae (Montserrat Figueras) - muito nova ainda para partir...
A mulher, na voz de Monsserat Figueras, num dia de luta pelas atrocidades contra ela cometidas.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Porque esta visita ao museu do neorealismo me fez pensar o caminho que se está a trilhar...
(Mais uma vez peço desculpa pela traição que a tecla da letra "u" me provoca e eu não me apercebo... Emenda feita.)
terça-feira, 22 de novembro de 2011
A "Hiroshima" das nossas vidas...
Um livro de que muito gostei e do filme também... Duras, sempre.
O tempo passou mais uma vez.
Vemo-la na rua. Caminha depressa.
Depois vemo-la no vestíbulo do hotel. Agarra numa chave.
Vemo-la depois nas escadas.
Finalmente, abre a porta do quarto. Entra e estaca como diante de um abismo ou como se alguém estivesse já no quarto. Depois retira-se, às arrecuas. Em seguida, vemo-la fechar suavemente a porta do quarto.
Subir as escadas, descê-las, tornar a subi-las, etc.
Regressar pelo mesmo caminho. Ir e vir no corredor. Torcer as mãos, procurando uma saída, mas sem a encontrar, e, de repente, voltar ao quarto. E, desta vez, suportar o espectáculo daquele quarto.
Vai ao lavatório, molha o rosto na água. Ouve-se a primeira frase do seu monólogo interior:
Ela. - Julga-se que se sabe. E, afinal, não se sabe nada. Nunca.
Ela.- Conhecer a duração exacta do tempo. Saber como o tempo, por vezes, se precipita e, depois, a sua lenta queda inúltil, que é preciso, no entanto aprender a lucidez.
Ela. - Vou ficar em Hiroshima. Com ele, todas as noites. Em Hiroshima.
Excerto do livro de Marguerite Duras, Hiroshima meu Amor
Estamos no Verão de 1957, em Agosto, na cidade de Hiroshima.
Uma mulher francesa, de cerca de 30 anos, está na cidade. Veio aqui para interpretar um filme sobre a Paz. A história começa na véspera do seu regresso a França desta francesa. O filme em que ela toma parte ,está com efeito, terminado. Falta apenas filmar ma sequência.
É na véspera do seu regresso a França que esta mulher anónima, encontrará um japonês (engenheiro ou arquitecto) e terá com ele uma breve ligação amorosa.
As condições do seu encontro nunca serão esclarecidas. Não é aí que reside o problema. Por todo o mundo as pessoas se encontram. O que importa é o que se segue a esses encontros quotidianos.
O tempo passou mais uma vez.
Vemo-la na rua. Caminha depressa.
Depois vemo-la no vestíbulo do hotel. Agarra numa chave.
Vemo-la depois nas escadas.
Finalmente, abre a porta do quarto. Entra e estaca como diante de um abismo ou como se alguém estivesse já no quarto. Depois retira-se, às arrecuas. Em seguida, vemo-la fechar suavemente a porta do quarto.
Subir as escadas, descê-las, tornar a subi-las, etc.
Regressar pelo mesmo caminho. Ir e vir no corredor. Torcer as mãos, procurando uma saída, mas sem a encontrar, e, de repente, voltar ao quarto. E, desta vez, suportar o espectáculo daquele quarto.
Vai ao lavatório, molha o rosto na água. Ouve-se a primeira frase do seu monólogo interior:
Ela. - Julga-se que se sabe. E, afinal, não se sabe nada. Nunca.
Ela.- Conhecer a duração exacta do tempo. Saber como o tempo, por vezes, se precipita e, depois, a sua lenta queda inúltil, que é preciso, no entanto aprender a lucidez.
Ela. - Vou ficar em Hiroshima. Com ele, todas as noites. Em Hiroshima.
Excerto do livro de Marguerite Duras, Hiroshima meu Amor
Estamos no Verão de 1957, em Agosto, na cidade de Hiroshima.
Uma mulher francesa, de cerca de 30 anos, está na cidade. Veio aqui para interpretar um filme sobre a Paz. A história começa na véspera do seu regresso a França desta francesa. O filme em que ela toma parte ,está com efeito, terminado. Falta apenas filmar ma sequência.
É na véspera do seu regresso a França que esta mulher anónima, encontrará um japonês (engenheiro ou arquitecto) e terá com ele uma breve ligação amorosa.
As condições do seu encontro nunca serão esclarecidas. Não é aí que reside o problema. Por todo o mundo as pessoas se encontram. O que importa é o que se segue a esses encontros quotidianos.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
Abismos...
Trabalho de Ana Vidigal
Ensino de Português e da Cultura Portuguesa em vias de extinção na Europa.
Instituto Camões em rutura . Duvido que a situação fosse esta se o ensino da LE estivesse sob a alçada do ME (*). Com este , a tendência seria para um fim, mas não da forma atual, agonizante e traiçoeira. Professores em plena crise pelas condições de trabalho, abandono, salários abaixo do normal, situações de precariedade, professores contratados sem horários, logo desempregados. Em Bruxelas, professores à deriva, sem coordenação que funciona junto da embaixada. Não há forma de se fazer uma fotocópia, subsídios de deslocação não são pagos. E se se fazem quilómetros…
Dizem que o ensino passará a ser feito via internet… o que equivale a dizer que as crianças e adolescentes, filhos de emigrantes, que só frequentam a escola por imposição dos pais, para que mantenham o vinculo às suas origens, passarão a ignorar a língua e a mais valia da riqueza cultural que a cultura e língua lhes daria. Soma. Desprezados e desprezíveis. Alunos e professores e pais de um lado, cabeças de um sistema fracassado na educação por outro.
(*) A transição da responsabilidade do ensino da LCE do Ministério da Educação
para o Instituto Camões aconteceu há dois anos.
Ensino de Português e da Cultura Portuguesa em vias de extinção na Europa.
Instituto Camões em rutura . Duvido que a situação fosse esta se o ensino da LE estivesse sob a alçada do ME (*). Com este , a tendência seria para um fim, mas não da forma atual, agonizante e traiçoeira. Professores em plena crise pelas condições de trabalho, abandono, salários abaixo do normal, situações de precariedade, professores contratados sem horários, logo desempregados. Em Bruxelas, professores à deriva, sem coordenação que funciona junto da embaixada. Não há forma de se fazer uma fotocópia, subsídios de deslocação não são pagos. E se se fazem quilómetros…
Dizem que o ensino passará a ser feito via internet… o que equivale a dizer que as crianças e adolescentes, filhos de emigrantes, que só frequentam a escola por imposição dos pais, para que mantenham o vinculo às suas origens, passarão a ignorar a língua e a mais valia da riqueza cultural que a cultura e língua lhes daria. Soma. Desprezados e desprezíveis. Alunos e professores e pais de um lado, cabeças de um sistema fracassado na educação por outro.
(*) A transição da responsabilidade do ensino da LCE do Ministério da Educação
para o Instituto Camões aconteceu há dois anos.
Bom fim de semana...
"Toda arte nada mais é do que a imitação da natureza."
( Lucius Annaeus Seneca )
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Espantemo-nos...
Pintura de Monet
Espero que para cada cinco ignorantes que por AQUI passam haja dez seres lúcidos e esclarecidos...
Isto num dos dias mais tristes para os portugueses funcionários públicos e aposentados da função pública.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
As palavras do poeta por Sérgio Ribeiro.... *
Atrevo-me a dizer – a propósito – dores mais… humanas.
Já agora continuo:«(…)
Não se riam, mas vou imaginar-me herói da Revolução Inverosímil que, desde ontem, se apoderou dos tronos do globo. Herói anónimo. Secreto. Ocultei o nome, pus uma máscara vermelha, disfarcei a voz para os discursos. E não me atribuí qualquer título ou honra de chefia. Não quis ser Rei, Presidente, César, Regedor ou Comissário do Povo. Nada. Apenas o Homem-Nuvem Primeiro, representante-mor dos Humilhados.
E assim regenerei a existência, enriqueci os pobres, consolei as viúvas, sarei os ofendidos, pintei de saúde os tristes pálidos, apodreci o tempo…
Bem. Levanto-me do divã. Já sonhei. E agora?
Agora, Zé Gomes? Continuar a luta.
Contigo. Sempre!(anónimo sec XXI)= a Sérgio Ribeiro
Desenho de Fernando Campos
* Ao encontro das palavras com José Gomes Ferreira, na companhia de Sérgio Ribeiro, "às quintas no Monte", a nossa tertúlia. Aconteceu a 21/10.
A quem por aqui passou, peço desculpa por erros encontrados, mas a tecla do "u" há um tempo para cá trai a força dos meus dedos...
Correção feita graças a aviso amigo.
Obrigada.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Ilustração de Armando Alves para o livro de Saramago, Levantados do Chão
Podem AQUI ser vistas outras ilustrações para livros de Saramago. Esta a minha forma de o homenagear no dia em que faria anos.
E numerosas crianças ficaram infelizmente cegas
pelos bicos agudos das aves que se atiravam dos
ramos e das alturas como pedras
Privadas dos animais domésticos as pessoas
dedicaram-se activamente ao cultivo de flores
Destas não há que esperar mal se não for dada
excessiva importância ao recente caso de uma rosa
carnívora
De José Saramago, em o O Ano de 1933
terça-feira, 15 de novembro de 2011
???????????????????????
Momentos de ouro...
HÁ LARGOS ANOS QUE LEIO OS SEUS LIVROS, infelizmente não em português, coisa de que me envergonho, acredite. Por vezes, é muito perigoso encontrar um autor que admiramos, porque isso poderá coincidir com uma grande deceção pessoal.
Hesito sempre em tomar o tempo de um grande escritor. Ora, isto é para mim um grande privilégio e uma grande alegria.
GEORGE STEINER
É A PRIMEIRA VEZ QUE FAÇO ISTO. Recuso todos os convites para sair da minha pequena rua. Mas o seu não poderia recusar. Continuo a aprender muito consigo, é um Mestre no sentido maior do termo, ou seja, alguém que aprende comigo. E esse é o mais belo título que posso dar a alguém:
alguém que me ensina , aprendendo
ANTÓNIO LOBO ANTUNES
Uma conversa que ficará para a história, na revista LER.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Festival 2011: TWILIGHT PORTRAIT , o melhor filme em competição
Para saber mais ver AQUI
Assim findou mais um soberbo festival de cinema. Tudo entre Lisboa e Estoril.
Esperemos que para o ano haja mais...
domingo, 13 de novembro de 2011
Gerald Celente: Acabemos com esta farsa de demoracia
Portugal é tão pequeno que nunca é falado...
Como iremos sobreviver moralmente com o esquecimento dos analistas estrangeiros e não só.
Penso que quando somos lembrados pelo melhor e pelo pior é porqe existimos.
sábado, 12 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Morte ao Meio-Dia, de Ruy Belo
A Geada, de Natalija Goncharova, 1910
Morte Ao Meio-Dia
No meu país não acontece nada
à terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
às casas com que o frio abre a praça
Dezembro vibra vidros brande as folhas
a brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul
Que cobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
o único caminho é direito ao sol
No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
o fisco vela e a palavra era para toda a gente
E juntam-se na casa portuguesa
a saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
da velha lei mental pastilhas de mentol
Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nesta orla costeira qual de nós foi um dia menino?
Há neste mundo seres para quem
a vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe,
atenta a gravidade do momento
O meu país é o que o mar não quer
é o pescador cuspido à praia à luz
pois a areia cresceu e a gente em vão requer
curvada o que de fronte erguida já lhe pertencia
A minha terra é uma grande estrada
que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer
De Ruy Belo
Morte Ao Meio-Dia
No meu país não acontece nada
à terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
às casas com que o frio abre a praça
Dezembro vibra vidros brande as folhas
a brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul
Que cobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
o único caminho é direito ao sol
No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
o fisco vela e a palavra era para toda a gente
E juntam-se na casa portuguesa
a saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
da velha lei mental pastilhas de mentol
Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nesta orla costeira qual de nós foi um dia menino?
Há neste mundo seres para quem
a vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe,
atenta a gravidade do momento
O meu país é o que o mar não quer
é o pescador cuspido à praia à luz
pois a areia cresceu e a gente em vão requer
curvada o que de fronte erguida já lhe pertencia
A minha terra é uma grande estrada
que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer
De Ruy Belo
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
!!!!!!!!!!!!!!!!!
Um dizia "ó palerma, chapéus há muitos"... o outro diz :- não temos orçamento para poder criar almofada de..." , conforto, digo eu...
Le lit, de Toulouse-Lautrec, 1892
Só sei se me tirarem a minha almofadinha o meu sono será difícil... Presumo, apesar de não ser dada a eles, que os pesadelos vão chegar para o mês que vem. Além de me terem tirado o tapete também me estão a puxar pela almofada...
Significado de Almofada
s.f. Espécie de saco fechado contendo matéria mole ou elástica (paina, algodão, crina, penas, esponja de borracha, espuma de plástico), ou retesado por molas ou ar comprimido, para servir de encosto, assento, apoio de cabeça, ornato etc.; coxim.
Peça ligeiramente saliente da parte central e retangular das portas e de alguns tipos de janela.
Saco estofado usado pelas rendeiras na execução do seu trabalho.
Mecânica Amortecedor de vibrações ou choques.
Almofada de carimbo, almofada impregnada de tinta sobre a qual se comprime o carimbo antes de efetuar a impressão.
Almofada elétrica, aparelho elétrico em forma de almofada, para aquecer o corpo ou a cama
Só sei se me tirarem a minha almofadinha o meu sono será difícil... Presumo, apesar de não ser dada a eles, que os pesadelos vão chegar para o mês que vem. Além de me terem tirado o tapete também me estão a puxar pela almofada...
Significado de Almofada
s.f. Espécie de saco fechado contendo matéria mole ou elástica (paina, algodão, crina, penas, esponja de borracha, espuma de plástico), ou retesado por molas ou ar comprimido, para servir de encosto, assento, apoio de cabeça, ornato etc.; coxim.
Peça ligeiramente saliente da parte central e retangular das portas e de alguns tipos de janela.
Saco estofado usado pelas rendeiras na execução do seu trabalho.
Mecânica Amortecedor de vibrações ou choques.
Almofada de carimbo, almofada impregnada de tinta sobre a qual se comprime o carimbo antes de efetuar a impressão.
Almofada elétrica, aparelho elétrico em forma de almofada, para aquecer o corpo ou a cama
terça-feira, 8 de novembro de 2011
A tarde pede estas músicas e outras mais...
Espetáculo , em 2003, quando se comemoraram em França e Bruxelas os 25 anos sobre a partida de Brel.
Foram quase dois anos de uma festa viva.
Olhares...
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Cinema à porta de casa...
Depois da apresentação do seu último filme, Um Método Perigoso e algumas passagens do seu próximo filme, Cosmopolis, David Cronenberg, Giamatti e outros intervenientes na realização deram a sua masterclass onde mais uma vez Paul Giamatti foi rei e eu e uma sala repleta rendidos a seus pés e à sua soberana cabeça.
O filme passa-se entre Zurique e Viena, em 1910, com a Primeira Guerra a rebentar. São o cenário de uma estória sombria de descoberta sexual e intelectual. Inspirado em factos reais, vislumbram-se neste filme as turbulentas relações entre o psiquiatra principiante Carl Jung, e o seu mentor Sigmund Freud e Sabina Spielrein, a perturbada e bela jovem que se interpõe entre eles.
Este é Agustí Villaronga, realizador que ganhou em 2010 os 9 Prémios Goya com o filme que hoje passou no Estoril Film, Pa Negre.
Todas as razões são boas para que este filme passe entre nós.
Passa-se num período duro do pós-guerra da Catalunha rural. Depois de um acidentado percurso vivido entre a crueldade de crianças e adultos, num ambiente de extrema pobreza, Andreu, ela própria uma criança, para sobreviver, trai as suas raízes, acabando por descobrir o monstro que vive dentro de si.
domingo, 6 de novembro de 2011
Cinéfilando....
Não poderia ter sido melhor o serão desta noite no pavilhão dos Congressos do Estoril.
Dois presentes.
1º o filme de George Cloney, The Ides of March, um grande filme, adaptado da peça Ferragut North de Beau Willimon. Diz Clooney, que quando estavam a fundir o projeto de Beau e acomprar os direitos, prepararam-se para iniciar as filmagens quando o presidente Obama foi eleito. De repente um filme cínico sobre o mundo da política tornou-se inoportuno. Estava muito otimista. Por isso puseram o projeto em espera.Passado um ano todo o otimismo tinha desaparecido e o "timing" era perfeito.Não é um filme sobre política. É um filme sobre um jovem que aprende a ter sucesso ao mais alto nível, o que acaba por lhe custar a alma. É um conto de moralidade passado no mundo da política. Ele podia ser um advogado ou um agente, mas a política é mais divertida.
2ºA presença no final do filme de Paul Giamatti que faz parte do elenco. Giamatti é um dos meus atores preferidos. Simples, de gestual de mãos que indica uma certa timidez, o não saber onde pôr a mãos enquanto pensa, mas quando responde, durante a sua masterclass, os seus finos e alongados dedos dançam.Interplado por assistência jovem, deu respostas humoradas que fez as delícias de todos...
Pena a língua ser "americanês"... o que me levou a perder muito do diàlogo.
Hoje ele continuará connosco juntamente com David Cronenberg após o filme A Dangerous Method na sua antesteia.
sábado, 5 de novembro de 2011
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
São os intelectuais e quem sabe ... os economistas
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Significado de...
Canário do reino, ave canora com origem nos Açores, Madeira e Canárias.Significado de Soberano (a)
adj. Supremo, excelso; que atinge o mais alto grau: o soberano bem.
Acima de qualquer controle; absoluto: poder soberano.
Poderoso, incontestável: justiça soberana.
Fig. Altivo, arrogante, extremo: soberano desprezo.
S.m. Indivíduo que, num Estado, detém a soberania.
Chefe de um Estado monárquico; monarca; rei, imperador.
Fig. Potentado, magnata: os soberanos do petróleo.
Moeda de ouro inglesa, libra esterlina.
Tudo o mais, é muito triste, porque a arrogância extrema é um pecado "capital"...
adj. Supremo, excelso; que atinge o mais alto grau: o soberano bem.
Acima de qualquer controle; absoluto: poder soberano.
Poderoso, incontestável: justiça soberana.
Fig. Altivo, arrogante, extremo: soberano desprezo.
S.m. Indivíduo que, num Estado, detém a soberania.
Chefe de um Estado monárquico; monarca; rei, imperador.
Fig. Potentado, magnata: os soberanos do petróleo.
Moeda de ouro inglesa, libra esterlina.
Tudo o mais, é muito triste, porque a arrogância extrema é um pecado "capital"...
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
"crise", palavra doentia... música pois...
Último disco de FAUSTO Bordalo Dias.
"a ópera do cantor maldito"
terça-feira, 1 de novembro de 2011
ERA UMA VEZ...
Presente, sempre que a sua arte e engenho o desejarem, ERA UMA VEZ...
Elis, é sinónimo de vida... É o nosso pão por por deus, neste dias de finados. O pão do nosso espírito... a força do sentir na sua potencia mais elevada.
Uma lágrima por Elis
Sarava Elis
Quando te vi
e te ouvi cantar assimElis
como só tu cantavas
percebi que nunca mais
deixaria de gostar
da música do teu país
O fogo do teu olhar
aquele palco tão pequeno
prá força de um "arrastão"
Teu "upaneguinho" ligeiro
cabia todo ele inteiro
dentro da minha emoção
"Fascinação" nesse encanto
que trazia até à gente
outra gente tão igual
sabia a mar e a ternura
e dava-nos essa loucura
de viver para sonhar
Contigo
vai um pouco
desta alma de mulher
comum
vulgar
e o carinho por alguém
que atingiu o mundo inteiro
com esse tiro tão certeiro
de dizer tudo a cantar
Com Vinicius e com Brel
Com Lennon e contigo
parte um sonho
e "aquele abraço"
Fica também a certeza
tão triste
densa
e imensa
nesse "trem"
que descarrila
e a que a gente
chama VIDA
Que te guarde em bom lugar a Senhora da Aparecida
1 de Novembro de 2011 22:13
e te ouvi cantar assimElis
como só tu cantavas
percebi que nunca mais
deixaria de gostar
da música do teu país
O fogo do teu olhar
aquele palco tão pequeno
prá força de um "arrastão"
Teu "upaneguinho" ligeiro
cabia todo ele inteiro
dentro da minha emoção
"Fascinação" nesse encanto
que trazia até à gente
outra gente tão igual
sabia a mar e a ternura
e dava-nos essa loucura
de viver para sonhar
Contigo
vai um pouco
desta alma de mulher
comum
vulgar
e o carinho por alguém
que atingiu o mundo inteiro
com esse tiro tão certeiro
de dizer tudo a cantar
Com Vinicius e com Brel
Com Lennon e contigo
parte um sonho
e "aquele abraço"
Fica também a certeza
tão triste
densa
e imensa
nesse "trem"
que descarrila
e a que a gente
chama VIDA
Que te guarde em bom lugar a Senhora da Aparecida
1 de Novembro de 2011 22:13
(do comentário da amiga ERA UMA VEZ )
Impossível ficar com esta paleta de cores só para mim... Aconteceu ontem, na praia da Claridade, onde o pôr do sol é rei...
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