Cá por casa, tudo começou com estes dois aviõezinhos.... Uma brincadeira que sobrevoava os pratos de sopa... e tudo o mais... numa longa espera pelo fim da refeição.
A brincadeira passou a sonho. O sonho voou alto, muito alto... e tornou-se realidade.
Até que, há nove anos, vestiu a camisola da TAP. De galão em galão, subiu ainda mais alto... Amanhã o que pensará o António?
O bichano que ainda não posso ter... Andava a pensar arranjar um gato para companhia e outras ronronices... Muitas ideias, solidariedade para quando me ausentasse, até que alguém me disse e atempadamente... - Olhe, Ana, se quer ter um gato, tem que ter cuidado com as janelas, pois eles saltam.... e, vai estatelar-se no meio do chão e depois chora.... Ora acontece que moro num 5º andar e a partir da primavera as janelas estão sempre abertas quase o dia todo.... Só no inverno dou pausa ao abrir e fechar das mesmas. Resumindo. A minha ausência de "maturidade"para tal esforço faz-me adiar tal aquisição para outras calendas... Quem sabe, se a velhice me leva a ter janelas fechadas em detrimento de um adorável bichano ... Na altura em que Raymond Chandler criou a personagem de Philip Marlowe, que lhe daria fama e fortuna e faria dele um dos mais populares autores de literatura policial do mundo, tinha um belo gato persa de cor negra e pêlo longo e farto. Várias vezes Chandler se fez fotografar com o seu gato persa ao colo e com o cachimbo na boca, contribuindo ambos para compor uma imagem que o tempo não apagou. Há entretanto, quem diga que foi o persa preto que o inspirou na construção de muitos dos enredos e dos casos que o astuto Marlowe acabou por solucionar. O gato nunca se pronunciou acerca disso. E o escritor também não. Talvez só Marlowe fosse capaz de deslindar este mistério que ajuda a fazer o fascínio da pr´pria literatra. In,Amados Gatos, de José Jorge Letria, Oficina do Livro Fotogrtafia de João Viana e um dos seus muitos gatos....