terça-feira, 22 de setembro de 2015

olhares. .terras do Barroso, Tourém



Poema da Lavadeira

Lava, lava, lavadeira,
Com a alma, com a mão.
Água canta na torneira
Sua líquida canção.

Lava, lava, lavadeira,
Sem descanso, sem razão.
Sua história verdadeira
Escreve-se com sabão.

Água canta na torneira
Sua líquida canção,
Lava, lava, lavadeira,
Com a alma, com a mão.

A manhã é transparente,
Brilha o sol com seu calor.
Tanto sonho de repente
Misturado com suor.

Lava, lava, lavadeira,
Sua roupa-ganha-pão,
Você tem a vida inteira,
Pra cumprir sua missão.


Cícero Alvernaz

Poema tirado do blogue ATRIUM MEMÓRIA, ASSOCIAÇÃO CULTURAL.

"Eu"o poema , eu e o meu olhar

 Dizemos «eu»a todo o momento, mesmo quando julgamos estar a enunciar verdades universais. A primeira pessoa do singular é o ponto de partida literário por excelência. Dele emerge, nos melhores casos, um olhar capaz de nos restituir o mundo a partir de um ponto de vista inaugural, permitindo-nos questionar e reavaliar não apenas o que nos rodeia e o que vemos, mas acima de tudo aquilo que somos. *
*Sonetos Inéditos de Fernando Pessoa
As minha fotos. Plantas autóctones da região do Barroso que nascem espontaneamente na maior adversidade, terra queimada.