quinta-feira, 30 de junho de 2016

leituras breves... , mas profundas

ESCRITO
NA PEDRA
“Os jogos infantis são graves ocupações. Apenas os adultos
brincam” Henri Barbusse (1873-1935), escritor francês

Jornal Público de hoje.


(uma das faces do berço de família)

segunda-feira, 27 de junho de 2016

quarta-feira, 22 de junho de 2016

que ganhe. que ganhe Portugal. Nestes dias tento também entusiasmar-me....


com o jogo que há uns 40 anos eu pensava ser só de e para homens.... Por aqui, a paridade aumentou substancialmente. 
Nestas alturas,  tento sempre compreender "a dança"...  Afinal são só 90minutos... Mas, depois passa-me. E, daqui a 4 anos há mais. 
E, vem-me à memória , o euro de 2004, a forma como o vivi, em Bruxelas, de preferência na Place du Lexemboug, a do Parlamento Europeu, na já mistura fina europeia a pulsar de entusiasmo  e gritaria. Viver um euro quando se vive e trabalha fora, e eu não era emigrante , mas trabalhadora do ensino por vontade própria, tem uma emoção infinita, com o nome de SAUDADE, ou  a defesa de "cria" que é nossa. 
Aconteceu....

segunda-feira, 20 de junho de 2016

leituras breves, mas profundas... Vida

...

é a vida, vulnerável, tremulamente riscada e tenazmente arriscada na vontade de a compreender e manter firme, nesse hirto virtuoso, assaz curioso, a dar ares de poderoso. Entre-o-pode-e-não-pode, o tem-te e não-caias, raia a imensidão incerta, no trémulo pontão e serena escuridão, que não deixa perceber se é para andar, se é para ficar, para cair ou erguer. E assim, por entre os pingos da chuva, rompemos e permanecemos na caminhada alada. Umas tantas vezes no fio da navalha, por onde calha, a suster portes, a pedir sortes, e fracos ou fortes, gemendo e rogando, andando, tentando não cair até ao fim de um caminho encurtado.

Do livro, ESTRANHOS DIAS À JANELA, EXCERTO DO CONTO "VULNERABILIDADES", de Mário Jorge 
Branquinho

Pintura sobre acrílico, autor desconhecido, "A àrvore da Vida"

sábado, 18 de junho de 2016

bom fim de semana... e, os versos prometidos

Jose de Alamada Negreiros, desenho

Pois tudo era memória, acontecia
há muitos anos, e quem se lembrava
era também memória que passava,
um rosto que entre os outros rostos se perdia.

Manuel António Pina, Numa Estação de Metro

sexta-feira, 17 de junho de 2016

amanhã já são 18, dia de ir para a rua defender a querida Escola Pública

(imagem  e texto surripiados ao Jornal on-line, Tornado) AQUI
O economista Eugénio Rosa analisou o financiamento do ensino privado nos últimos 15 anos e concluiu que o Estado gastou, nesse período, perto de 4,5 mil milhões de euros a financiar o ensino básico e secundário privado

quinta-feira, 16 de junho de 2016

"o futuro era brilhante",era, seria, mas nem sempre é...

Cinema, O QUE ESTÁ POR VIR, AQUI.

"Encontros Imaginários", na Barraca, grupo de teatro, dia 20


Marco António foi um célebre militar e político romano da fase final da República, com vida agitada  em combates e traições e que terminou com suicídio ao lado da sua paixão, Cleópatra. Será interpretado pelo cronista Alfredo Barroso. Maria do Céu Guerra, actriz e encenadora, recordará a bela activista da resistência anti –nazi e actriz Francesa Simone Signoret .Federico García Lorca poeta e dramaturgo espanhol criou o grupo de teatro chamado La Barraca e foi  uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola. Será interpretado por Hélder Costa, dramaturgo e encenador.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

10 DE junho ~~~~ "Pátria, Nação, Nacionalismo"

Pátria, Nação, Nacionalismo (Fernanado Catroga)
I
Tem-se por certo que o apego à pátria é ôntica, lógica e cronologicamente anterior ao sentimento que se nutrirá para com o Estado e a nação, prioridade que, levada em conta, pode ajudar a compreender melhor o processo de organização política das sociedades europeias e respectivos sentimentos de pertença, pelo menos desde a Antiguidade Clássica até aos nossos dias, conjuntura em que, nestes domínios, se tem assistido a aceleradas e profundas metamorfoses.


(excerto , AQUI )

Mais uma das minhas escolhas para o Dia de Portugal. Muito bem feito. 
http://www.publico.pt/racismo-em-portugues 

quinta-feira, 9 de junho de 2016

quarta-feira, 8 de junho de 2016

"UMAS QUANTAS PLUMAS", O ´Neill

Por acasos de leitura,encontrei, faz dias, umas quantas plumas de pássaro que desconhece fronteiras. O pássaro esteve há sete anos entre nós. Não chegou a ser o Maiakovski que provavelmente alguém esperava que ele afivelasse, mas alguns entusiastas tocaram-lhe como se o pássaro fosse uma peregrina relíquia do grande poeta soviético. Não era , não podia ser, como rapidamente se viu.
Falo de Evuchenko, quer dizer, de um certo jeito de contrabandear a pacotilha da poesia à sombra de um grave conceito político, o da coexistência pacífica .
Plumas de 1967:
« A poesia é como um pássaro: desconhece fronteiras»

Alexandre O´Neill, do livro JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU

terça-feira, 7 de junho de 2016

o que vou lendo e com que prazer....

Alexandre O’Neill — Já cá não está quem falou — Ed. de Maria Antónia Oliveira e Fernando Cabral Martins. Lisboa: Assírio e Alvim, 2008.
O efeito de estranhamento causado por este livro decorre, em primeiro lugar, do seu título. A fórmula Já cá não Está Quem Falou foi registada por Alexandre O’Neill «numa nota manuscrita datável de 1981» que consta do seu espólio, com a seguinte indicação: «título para um livro póstumo». Conhecendo essa circunstância, não pode o leitor deixar de sorrir com o «divertimento» do poeta — jogo de palavras para uso próprio, que a brincadeira cúmplice dos editores tornou público quando «já cá não está», de facto, «quem falou». Potenciam-se assim mutuamente, neste volume, o «achado» do título e o seu achamento a posteriori, gerando uma equivocidade estética e lúdica que nos interpela e provoca. É também perturbador ver esse título acoplado a um conjunto de textos a que por certo não se destinava, formando assim o «livro póstumo» que o autor não imaginou, mas que Maria Antónia Oliveira e Fernando Cabral Martins afinal lhe publicaram. Os textos agora reunidos são prosas remanescentes, que O’Neill não incluiu nas colectâneas As Andorinhas não Têm Restaurante (1970) e Uma Coisa em Forma de assim (1980; 2ª ed. revista e aumentada, 1985). Na sua maioria são crónicas publicadas ao longo de quarenta anos em jornais (O Castelovidense, Diário de Lisboa, A Capital, A Luta e JL) e revistas (Unicórnio, Vértice, Flama e Quaderni Portoghesi), mas há também prefácios a antologias poéticas e recensões críticas. No posfácio intitulado «À mesa de montagem», Fernando Cabral Martins, tomando como ponto de partida a frase «Ainda mais excitante que escrever — é estar à mesa de montagem» (O’Neill, «Monstruário 2»), ressalta o procedimento compositivo que preside à elaboração desses textos e o seu efeito cinematográfico (o posfaciador esforça-se, aliás, por observar a mesma técnica no seu próprio texto), e do mesmo passo legitima a publicação do conjunto em livro, descrevendo nos seguintes termos o macrotexto assim obtido: «Portanto, temos textos que são montagem de textos num livro que é uma montagem de textos também, e cujo fio condutor é o do tempo, tirando os poucos casos das recensões de livros» (p. 248). E um pouco adiante, passando do plano compositivo para o do conteúdo: «Um grande caleidoscópio, um grande filme documentário da vida que anima o mundo em português» (ibid.).
Na verdade, é desigual o interesse das crónicas compiladas, muitas delas escritas «por medida» e doseando, consoante os casos, os tons ameno, crítico, formativo, opinativo e lúdico. A vinculação temporal e a versatilidade que caracterizam o género consentem que estes textos se detenham em assuntos de circunstância (por exemplo o corte das árvores, em «Aos desarvorados», a moda dos segundos casamentos, em «Os filhos-padrinhos», o aumento do custo de vida, em «A carestia vem de longe mas quem a paga somos nós...», etc.), em trivialidades com potencial jocoso («Bananas de hospital»), em anedotas vividas («Fumos de Vesúvio»), em fantasias cómicas («Para logo depois das eleições») ou em retratos de tipos sociais («Três de tantas»). E que se consubstancie, ainda, em evocações comovidas («mas sofre de ternura», escreveu O’Neill no seu «Auto-retrato» poético) de amigos desaparecidos («Que partida foi essa, Irineu?»), em exercícios de escrita que dão continuidade a práticas surrealistas (como os inventários, os «diálogos falhados» ou as simples legendas a fotografias existentes ou imaginadas) ou em páginas de intervenção social, quer no regime alusivo e divertido do texto «É favor não sujar o offset!», quer no registo mais sério de «O Director do sexo» (contra o «folclore machista» português) ou de «Borges, sempre Borges, mau grado Borges» (em protesto contra o elogio de Borges a Pinochet, por ocasião da visita do escritor ao Chile). Na sua diversidade temática e tonal, todos estes textos compõem um retrato de Portugal durante a ditadura e depois do 25 de Abril — um retrato deprimente, pela «apagada e vil tristeza» da vivência colectiva que documenta. Num deles, em particular, O’Neill tenta clarificar pela via ensaística algumas razões atávicas do mal-estar português (cf. «Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra», prefácio para o livro Portugal, Nova Iorque, Scala Books, 1983). Mas os textos de Já Cá Não Está Quem Falou compõem, sobretudo, o «retrato de uma voz», desbordante de verve e de criatividade, recuperando as frases feitas da «lisbolábia», tropeçando a cada passo em neologismos e em jogos de palavras, e inventando as suas imagens-cruzadas («Augusto come bem, mas está sempre onde não está. O seu prato é a desarrumação dele, Augusto», p. 79).
Reconhecemos essa «voz» no plano idiolectal, mas também quando o autor explicita algumas questões centrais da sua poética. Por exemplo, o seu modo engagé de relação com o espaço e o tempo («A minha pessoal maneira de reagir (e peço perdão dela vir ao caso) é a amarração ao efémero do tempo e do sítio em que, por insondáveis carambolas, me é dado viver», p. 50-51), referido num prefácio às Obras de Nicolau Tolentino que é também pretexto para a enunciação de preocupações estéticas próprias — e que não deixa dúvidas sobre o parentesco literário entre os dois poetas, depois tão glosado pela crítica que O’Neill acabaria por exorcizá-lo ironicamente, no poema «Autocrítica» (As Horas já de Números Vestidas, 1981). Ou ainda a sua participação na aventura surrealista, evocada a trinta anos de distância num dos textos mais relevantes desta colectânea («A marca do Surrealismo», inicialmente publicado no n.º 3 de Quaderni Portoghesi).
É essa «voz» que «humaniza» as crónicas, trazendo-nos de volta, mais intensamente do que o tempo a que se reportam, a personagem familiar que nelas se retrata.

domingo, 5 de junho de 2016

Muhammad Ali , "o impossível é.... "

 

Mohammad Ali , por Victor Minca, 2013

O impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca, que prefere viver no mundo como ele está, em vez de usar o poder que tem para mudá-lo, melhorá-lo. Impossível não é um fato. É uma opinião. Impossível não é uma declaração. É um desafio. Impossível é hipotético. Impossível é temporário. O impossível não existe.
Muhammad Ali

sexta-feira, 3 de junho de 2016

olhar a humanidade em todas as suas variantes, assim era Oliver Sacks

Durante os últimos meses de sua vida, Oliver Sacks escreveu uma série de ensaios nos quais explorou de maneira comovente seu percurso pessoal para concluir a vida e enfrentar a própria morte da melhor forma.
Este livro traz quatro textos publicados no New York Times entre julho de 2013 e agosto de 2015, pouco antes de ele morrer. Juntos, formam uma ode à singularidade de cada ser humano e de gratidão pelo dom da vida. Sacks reflete sobre o significado de levar uma existência que valha a pena.
“Não consigo fingir que não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é a gratidão. Amei e fui amado, recebi muito e dei algo em troca, li, viajei, pensei, escrevi. Tive meu intercurso com o mundo, o intercurso especial dos escritores e leitores.”

Ilustração de Hanna Barczyk para o jornal “The New York Times” no artigo de Oliver Sacks, “My Own Life

quarta-feira, 1 de junho de 2016

entre a infância perdida e a infância propriamente dita, o Dia está quase no fim...

OS OLHOS DAS CRIANÇAS

Estes olhos vazios e brilhantes
que na criança se abrem para o mundo,
não amam,
não temem,
não odeiam,
não sabem como a morte existe.
São terriveis.
Porque a vida é isto.

O amor, o medo, o ódio, a mesma morte,
e este desejo de possuir alguém,
os aprendemos. Nunca mais olhamos com tal vazio dentro das pupilas.

São terríveis.
Porque a vida é isto.

Jorge de Sena