Impossível fugir à cusquice real. Qualquer "bom "jornal ou TV promove os "abensonhados" noivos.
A alguns encontros com pessoas da minha idade que não vejo há muito, como antigos colegas de liceu da Figueira da Foz, o prazer de relembrar o que estava adormecido. Eu, chamo de SUDOKU afectivo.
Hoje, ao ver esta fotografia dos noivos, talvez numa visita oficial, o casaco de Meghan , fez-me lembrar o meu casaco de noiva. A minha roupagem de dia de casamento .
Um casaco lindo de morrer, escolhido por mim e minha mãe na revista francesa JOURS DE FRANCE ou ELLE , feito com carácter de urgência ( a noiva não estava grávida....), por uma grande modista da Figueira, que só o fez por ser quem era, e eu não era princesa.... :) , mas já era próximo do Natal, e a Dona Maria José gostava muito de mim.
Casaco que na 1ª prova , na companhia do noivo, ia fazendo acabar o casamento que durou 12 anos. ( como dizia a família, " os artistas são esquisitos... ). Casaco com muitos pontos e pespontos , tantos como a vida dá.
Mas , ao que eu quero chegar. Ao fim de 44 anos , idade da minha fotografia , os noivos reais em termos de moda, não são nada diferentes dos reais noivos do sec. XXI.(1973 // 2017).
Quando subia o Chiado e ía à Brasileira, eu uma novata moradora em Lisboa , em principio de vida, via algumas mulheres olharem ostensivamente para mim. Ficava admirada e perguntava . "Será que olham para o meu casaco????"
Ao que, o já marido, respondia com o seu sentido de humor e vai-da-de. "olham para ti a ver se me vêem. ":):)
Até o noivo tem ares de Harry..... , mas todo mediterrânico.
Esta semana, o Expresso Diário pesponteou-nos com uma reportagem sobre a aldeia de Cabeço, na Serra da Estrela, entre Seia e Torre, sobre o seu Natal comunitário enfeitado unicamente com produtos da terra . Foi uma das aldeias também sofredora com os fogos mas as suas mulheres não ficaram de braços cruzados sem deixar de cumprir a tradição do Natal, já sobejamente conhecido.
Depois do terço, as mulheres reuniram-se numa associação onde trabalharam os enfeites interiores e exteriores da sua aldeia.
Por memórias afectivas , sinto já o cheiro das lareiras e do fumo que sai das chaminés e se espalha destas aldeias beirãs.
Deixo-vos um video de 2015. Vejam atá ao fim, e vão gostasr.
Bom fim de semana.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
AO ROSTO VULGAR DOS DIAS
Monstros e homens lado a lado, Não à margem, mas na própria vida.
Absurdos monstros que circulam Quase honestamente.
" Eu trabalhava febrilmente, duvidando de que não fosse duradoira aquela vontade. Retrato de mulher: Vahinê no te Tiarê (A mulher com flor). Trabalhava depressa e com paixão. Foi um retrato parecido com aquilo que aperceberam os meus olhos velados pelo meu coração. Acima de tudo julgo que ficou parecido com o interior, esse fogo forte de uma pujança contida. Trazia uma flor na orelha, e esta ouvia-lhe o perfume. Na sua majestade, nas suas linhas sobre-elevadas, o rosto lembrava uma frase de Poe: «Não existe beleza perfeita sem alguma singularidade nas proporções»
". O que nos distingue dos demais seres vivos, o que está na origem da 'cultura humana'? O sentimento,"tradutor" na mente das situações (afetos) que vivemos, responde Damásio. O sentimento é, pois,"a personagem central do livro". Mas não só, como ele explica à Clara:"É também central uma coisa que me preocupa muito, o presente estado da cultura humana. Que é terrível. Temos o sentimento de que não está apenas a desmoronar-se, como está a desmoronar-se outra vez e de que devemos perder as esperanças visto que da última vez que tivemos tragédias globais nada aprendemos. O mínimo que podemos concluir é que fomos demasiado complacentes, e acreditámos, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, que haveria um caminho certo, uma tendência para o desenvolvimento humano a par da prosperidade. Durante um tempo, acreditámos que assim era e havia sinais disso”.
Leio isto e dou-me conta que Dorothy (Judy Garland) cantou nos écrans precisamente no ano em que a Segunda Guerra Mundial começava na Europa. Acreditando que "somewhere, over the rainbow", haveria um mundo melhor - quando o pior ainda nem tinha vindo. É definitivamente uma canção com 78 anos que merece (voltar a) ser título. Ora experimente ouvi-la enquanto, ao longo do dia, consulta o site do Expresso, da Tribuna ou da Blitz. Lá para as 18h, quando a tempestade já estiver longe e a frente polar a chegar, sai "quentinho" para as redes o Expresso Diário.Tenha um dia bom."
Está acontecendo um pequeno grande milagre quase completamente ignorado pelos meios de comunicação: milhares de mulheres judias, muçulmanas e cristãs tem caminhado juntas em Israel pela paz. Em um novo vídeo oficial do movimento "Women Wage Peace", a cantora israelita Yael Deckelbaum canta a canção "Prayer of the Mothers", junto a mulheres e mães de todas as religiões, mostrando que o mundo está mudando e deve mudar. Um milagre todo feminino que vale mais que mil palavras. Compartilhe! ✡Shalom! ☪Salam! ☮Peace! ✝Paz!💟
OXALÁ
- A vida não é para ser vivida à espera que a tempestade passe, mas para aprender a dançar com a chuva
Sempre acalentei o desejo de ter um presépio de barro de Estremoz.
Como acalentei o desejo de ter ficado com bonecos que ajudei a adquirir e sem os quais fiquei , de Mistério. Velha história, de quem parte e reparte e não fica com a melhor parte é tolo ou não tem arte. Quando é dado a chance de repartir , claro.
Restam-me umas "Alminhas", que vi fazer e pintar, numa viagem a aldeia do Mistério, para os lados de Barcelos. Dupla relíquia.
Mas , sei que se tudo correr bem, o meu neto Gabriel , poderá herdar uma bela colecção de bonecos de Estremoz, agora Património Imaterial da Humanidade.
Durante o dia até está calor. Mas aqueles graus de sol que nos aquecem as pernas pagam-se caros. Estão a condicionar-nos para o f***. Tiramos a camisola para mais avidamente ir à procura dela, mal o sol começa a cair de tão gasto, lá para as cinco da tarde, quando o f*** acorda para nos enregelar o corpo e a vida e a própria esperança.
Pintura de Félix Vallotton Excerto da crónoca de Miguel Esteves Cardoso, AQUI
Excerto da crónica de Miguel Esteves Cardoso , AQUI