domingo, 29 de janeiro de 2017

"Legendas de fotografias", crónica de A. O`Neill

"Na frescura do Tejo, a frescura dos frutos...  "   (Santarém)
O hábito magazinesco de legendar fotografias com freses »poéticas» foi-se perdendo. Hoje, a fotografia fala por si própria e a poesia também... À parte legendas de mera identificação (ou de humor), as imagens fotográficas dispensam o fraseário que era suposto apoiá-las. O jornalismo evoluiu para uma comunicação mais substantiva. A fotografia de imprensa deixou de ser em «beleza» e passou a ser em «verdade». Texto e imagem estão mais integrados. A fotografia perdeu o carácter brilharete ornamental. 
da paisagem passou-se para o corpo. Do nu artístico para o nu erótico. A« bela prosa » gastou toda a sua importância. E assim por diante, nesta verificação de mudanças que vieram afectar o nosso pasto cultural de civilizados... 
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Dentro da preocupação de inventariar, que também põe movimento a minha mão de cronista, aqui deixo um lote de legendas de fotografias de magazine que, para serem compreendidas nas suas intenções, «dispensam» perfeitamente as imagens fotográficas de que eram acompanhantes...

Na frescura do Tejo, a frescura dos frutos...

O Castelo domina a importante paisagem.

Junto ao mar, ao sol, as crianças tornam-se mais saudáveis, mais felizes. Os seus sorrisos ficam, assim, espontâneos e fotogénicos. 

O Nabão, a écloga ribeirinha.

Onde a Natureza se harminiza com a Arte: - através da ramaria das árvores, o Convento de Cristo, em Tomar.

O Bispo de Leiria fala com o Bispo de Lourdes. E ascende no ar o perfume da Graça que desabrochava em duas terras de eleição.

Antes na varanda do que dentro de casa. Mas no jardim é preferível.


Excerto de crónica de Alexandre O' Neill, JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU